Sabia-se, pela documentação histórica, que em 1736 já havia uma fazenda no vale do Acaraú denominada “Fazenda Caiçara”. O seu proprietário, o capitão Antonio Rodrigues Magalhães e sua mulher Quitéria de Jesus, fizeram doação de terras para o patrimônio da igreja, que teve sua construção iniciada em 1746, sob a invocação de Nossa Senhora da Conceição.
Em torno dessa Igreja desenvolveu-se um povoado que, posteriormente, seria Sobral. Entretanto, na segunda metade do século XVIII esta capela ruiu e foi construída nas suas proximidades a atual Matriz de Sobral. O progresso da cidade, a pavimentação de ruas e avenidas, destruíram completamente os vestígios aparentes da primitiva igreja, que se encontra relacionada diretamente com a formação de cidade de Sobral.As escavações arqueológicas revelaram os alicerces desse templo e a Prefeitura Municipal de Sobral, em concordância com a 4ª Superintendência Regional do IPHAN, implantaram no local um marcador de piso, de modo que as dimensões do antigo templo fossem preservadas e postas à mostra, de modo que tanto a população local como seus visitantes puderam ver as dimensões e a morfologia, em planta, da igreja de Nossa Senhora da Conceição da Caiçara.
Todo o desenrolar das pesquisas arqueológicas foi acompanhado com a maior atenção pela população sobralense, constituindo-se, desde as primeiras descobertas, em um processo didático de educação patrimonial. Atualmente, não se consegue mais vislumbrar os escombros, mas há a certeza de que eles estão preservados sob o passeio lateral direito da Igreja da Sé.
Os trabalhos de busca e identificação da secular capela aconteceram com base nas informações deixadas por Dom José em seu livro História de Sobral. As escavações ficaram a cargo da equipe de arqueólogos da Universidade Deferal de Pernambuco, chefiada pelo arqueólogo Marcos Albuquerque.