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quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Especialistas defendem atuação mais abrangente no combate ao uso do crack

O coordenador nacional de Saúde Mental do Ministério da Saúde, Pedro Gabriel Delgado, destacou hoje (25), na abertura do 1º Fórum Nacional sobre Aspectos Médicos e Sociais Relacionados ao Uso do Crack, que é importante pensar em ações de combate ao uso da droga que não se limitem apenas na autuação do usuário, mas que permitam gerar medidas de integração e compreensão geral do problema.
“O Brasil vive uma situação em que deve ser discutido o contexto da violência e a vulnerabilidade social com relação ao uso do crack, sem se prender apenas à punição do usuário de drogas. É preciso levantar a discussão do mercado ilegal da drogas e as formas de lidar com o problema que impactam consideravelmente nas formas de relação de consumo”, observou.
Para o diretor do Conselho Regional de Medicina de Pernambuco e coordenador do fórum, Ricardo Paiva, o Brasil precisa ampliar as discussões sobre o uso do crack, tanto para que as entidades médicas ofereçam tratamentos compatíveis, quanto a soma de esforços com a sociedade para pensar em formas de erradicação da droga e em políticas assistenciais às famílias dos usuários.
“Conhecemos pouco sobre o crack e não temos um remédio específico para o tratamento. Aí, entra a necessidade de sensibilizar a sociedade em geral para que o tema seja discutido com abrangência. Ainda há muito que fazer, mas de forma coletiva. Aqueles que o fizerem de forma isolada, não terão êxito. Precisamos sim, fixar consensos com a população entender realmente o problema”, conclui.
As estimativas apontam que, hoje, há no país cerca de 600 mil dependentes de drogas e, segundo os especialistas, a incapacidade do Estado em oferecer tratamento para essas pessoas tornou a situação uma grave questão de saúde pública. O encontro realizado hoje, em Brasília, tem por objetivo sensibilizar representantes da área médica e da sociedade civil para a criação de diretrizes eficazes para o tratamento da dependência do uso do crack.
Segundo Pavia, ao final do fórum, será formulado um pacto entre a sociedade médica e o governo com ações que deverão ser desenvolvidas a partir de 2011 tais como oficinas de capacitação de combate ao uso do crack. As oficinas ocorrerão em março, abril e maio, nas cidades de Florianópolis, São Paulo e Fortaleza. Espera-se que, depois disso, seja possível mapear quantas unidades de atendimento serão necessárias para atender aos usuários e como elas serão organizadas no país.

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